miércoles, diciembre 17, 2008

Restos do Carnaval

Restos do Carnaval (Clarice Lispector)

Não, não deste último carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as quartas-feiras de cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Uma ou outra beata com um véu cobrindo a cabeça ia à igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que se segue ao carnaval. Até que viesse o outro ano. E quando a festa já ia se aproximando, como explicar a agitação que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim. Carnaval era meu, meu.

No entanto, na realidade, eu dele pouco participava. Nunca tinha ido a um baile infantil, nunca me haviam fantasiado. Em compensação deixavam-me ficar até umas 11 horas da noite à porta do pé de escada do sobrado onde morávamos, olhando ávida os outros se divertirem. Duas coisas preciosas eu ganhava então e economizava-as com avareza para durarem os três dias: um lança-perfume e um saco de confete. Ah, está se tornando difícil escrever. Porque sinto como ficarei de coração escuro ao constatar que, mesmo me agregando tão pouco à alegria, eu era de tal modo sedenta que um quase nada já me tornava uma menina feliz.

E as máscaras? Eu tinha medo, mas era um medo vital e necessário porque vinha de encontro à minha mais profunda suspeita de que o rosto humano também fosse uma espécie de máscara. À porta do meu pé de escada, se um mascarado falava comigo, eu de súbito entrava no contato indispensável com o meu mundo interior, que não era feito só de duendes e príncipes encantados, mas de pessoas com o seu mistério. Até meu susto com os mascarados, pois, era essencial para mim.

Não me fantasiavam: no meio das preocupações com minha mãe doente, ninguém em casa tinha cabeça para carnaval de criança. Mas eu pedia a uma de minhas irmãs para enrolar aqueles meus cabelos lisos que me causavam tanto desgosto e tinha então a vaidade de possuir cabelos frisados pelo menos durante três dias por ano. Nesses três dias, ainda, minha irmã acedia ao meu sonho intenso de ser uma moça - eu mal podia esperar pela saída de uma infância vulnerável - e pintava minha boca de batom bem forte, passando também ruge nas minhas faces. Então eu me sentia bonita e feminina, eu escapava da meninice.

Mas houve um carnaval diferente dos outros. Tão milagroso que eu não conseguia acreditar que tanto me fosse dado, eu, que já aprendera a pedir pouco. É que a mãe de uma amiga minha resolvera fantasiar a filha e o nome da fantasia era no figurino Rosa. Para isso comprara folhas e folhas de papel crepom cor-de-rosa, com os quais, suponho, pretendia imitar as pétalas de uma flor. Boquiaberta, eu assistia pouco a pouco à fantasia tomando forma e se criando. Embora de pétalas o papel crepom nem de longe lembrasse, eu pensava seriamente que era uma das fantasias mais belas que jamais vira.Foi quando aconteceu, por simples acaso, o inesperado: sobrou papel crepom, e muito. E a mãe de minha amiga - talvez atendendo a meu mudo apelo, ao meu mudo desespero de inveja, ou talvez por pura bondade, já que sobrara papel - resolveu fazer para mim também uma fantasia de rosa com o que restara de material. Naquele carnaval, pois, pela primeira vez na vida eu teria o que sempre quisera: ia ser outra que não eu mesma.

Até os preparativos já me deixavam tonta de felicidade. Nunca me sentira tão ocupada: minuciosamente, minha amiga e eu calculávamos tudo, embaixo da fantasia usaríamos combinação, pois se chovesse e a fantasia se derretesse pelo menos estaríamos de algum modo vestidas - à idéia de uma chuva que de repente nos deixasse, nos nossos pudores femininos de oito anos, de combinação na rua, morríamos previamente de vergonha - mas ah! Deus nos ajudaria! não choveria! Quando ao fato de minha fantasia só existir por causa das sobras de outra, engoli com alguma dor meu orgulho que sempre fora feroz, e aceitei humilde o que o destino me dava de esmola.Mas por que exatamente aquele carnaval, o único de fantasia, teve que ser tão melancólico? De manhã cedo no domingo eu já estava de cabelos enrolados para que até de tarde o frisado pegasse bem. Mas os minutos não passavam, de tanta ansiedade. Enfim, enfim! Chegaram três horas da tarde: com cuidado para não rasgar o papel, eu me vesti de rosa.Muitas coisas que me aconteceram tão piores que estas, eu já perdoei. No entanto essa não posso sequer entender agora: o jogo de dados de um destino é irracional? É impiedoso. Quando eu estava vestida de papel crepom todo armado, ainda com os cabelos enrolados e ainda sem batom e ruge - minha mãe de súbito piorou muito de saúde, um alvoroço repentino se criou em casa e mandaram-me comprar depressa um remédio na farmácia. Fui correndo vestida de rosa - mas o rosto ainda nu não tinha a máscara de moça que cobriria minha tão exposta vida infantil - fui correndo, correndo, perplexa, atônita, entre serpentinas, confetes e gritos de carnaval. A alegria dos outros me espantava.Quando horas depois a atmosfera em casa acalmou-se, minha irmã me penteou e pintou-me. Mas alguma coisa tinha morrido em mim. E, como nas histórias que eu havia lido, sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu fora desencantada; não era mais uma rosa, era de novo uma simples menina. Desci até a rua e ali de pé eu não era uma flor, era um palhaço pensativo de lábios encarnados. Na minha fome de sentir êxtase, às vezes começava a ficar alegre mas com remorso lembrava-me do estado grave de minha mãe e de novo eu morria.

Só horas depois é que veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar. Um menino de uns 12 anos, o que para mim significava um rapaz, esse menino muito bonito parou diante de mim e, numa mistura de carinho, grossura, brincadeira e sensualidade, cobriu meus cabelos já lisos de confete: por um instante ficamos nos defrontando, sorrindo, sem falar. E eu então, mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que enfim alguém me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa.

in "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998

sábado, diciembre 06, 2008

Escape de Redención

La mañana se presentaba tibia. Los autos pasaban raudamente por la autopista mientras mi colectivo quedaba cada vez más atrás. Atrás. Atrás dejaba un pasado manchado, una familia que me rechazó y la nostalgia de lo que nunca volverá a ser.
Mientras ella preparaba el desayuno, él miraba la televisión de reojo. Alternaba una página del diario con algún comentario idiota sobre lo que estaban emitiendo. Y yo estaba allí, contemplando esa escena con ojos llenos de furia, con un fuego contenido en el alma que no se animaba a salir.
Fue entonces cuando ella me dijo que me acercara para ayudarla a preparar las milanesas.
Tomé la cuchilla y la clavé en la mesa. Él levantó los ojos y me rogó que no lo hiciera. De sus ojos brotaban lágrimas sinceras, pero ya era tarde. Arranqué con mis manos temblorosas el cuchillo que aún rajaba la tabla y lo tomé con fuerza. Admito que por un segundo dudé, pero pronto tales sentimientos se disiparon. Mientras su mirada pusilánime se clavaba en la mía, un arranque de furia me tomó por completo y lo hice.
Ella lloraba y no cesaba de gritar. "Cobarde! Cobarde! Mirá lo que hiciste!".
Corrí al cuarto de la pareja y me largué a llorar. "En esta cama me concibieron. Yo no pedí nacer, ¿por qué no lo pensaron antes?". Encendí un fósforo y lo arrojé a las cobijas. Entretanto, tomé las pocas pertenencias que tenía y me largué.
Cuando salí no quise mirar atrás. Temía convertirme en esclava de mi pasado y terminar hecha una estatua de sal, como la mujer de Lot.
"Señorita, se quedó dormida. Acá termina el recorrido".
Agarré mi mochila, bajé de colectivo y partí rumbo a la redención.

Elogio de la Locura

"A mí me ha sido sobremanera grato decir lo que me venga a la boca. Que nadie espere de mi, pues, que comience con una definición de mí misma (…) ¿A qué conduciría el convertirme con una definición en imagen o fantasma, cuando me tenéis frente a vosotros mirándome con los ojos? Según véis yo soy verdaderamente aquella dispensadora de bienes llamada por los latinos "Stultia" y por los griegos "Moria".
(Erasmo de Rótterdam, "Elogio de la Locura")

Ahhh… si no fuera por la Locura.
Hoy estuve analizando los puntos en común entre la locura y el colesterol.
La buena locura es como el colesterol bueno? Es necesaria para vivir?
Cuando la locura se vuelve "mala locura" es como el colesterol malo? Te puede llevar a la muerte?
Partiendo de esta hipótesis intentaré demostrar que mi pensamiento científico está orientado hacia la búsqueda de la verdad (cuack!)

ESTE MUNDO ESTÁ LLENO DE LOCOS
a) De los locos lindos
Es verdad. Basta salir a la calle y escuchar bocinazos, gritos, gente corriendo, comiéndose los mocos en los semáforos, chicas con minifalda con -10ºC, cartoneros con carritos de contramano. Llegás al trabajo y a tu jefe se le fueron los humos a la cabeza cuando recibió un poco de presión. "Está re loco", decís. Trabajás como un loco durante todo el día porque tu jefe te contagió. Llegás a tu casa y tu vieja te dice "Esto es una locura, aumentó la carne. Cómo te ves comiendo milanesas de soja?"
Digamos que para lidiar con la locura ajena se necesita un poco de locura. Pero de la buena, de esa que se necesita para sobrevivir, la linda. Siendo un loco lindo la gente te ve de otra manera, te aprecian, te quieren, valoran tus salidas cómicas. El loco lindo es el colesterol bueno de la sociedad: le hace bien al organismo.

b) De los locos malos.
Son de los llamados "locos de mierda" que es preferible tenerlos lejos porque son como los shiítas que se inmolan. No sabés quién es y por qué va a explotar. El loco malo se enoja por todo, todo le parece que está mal, nada lo conmueve, grita por cualquier cosa. Y conviene no agitarlo mucho porque no sabés hasta dónde es capaz de llegar con esa locura. En el barrio son conocidos con los siguientes apodos: El Diablo, Judas, Satanás, El Calentón. Son los típicos especimenes que se bajan del auto con la llave cruz para pegarle a un tachero, son los jefes de la barra brava, los tipos que le pegan a sus mujeres. De esos el mundo está lleno, más de lo que se pueden imaginar. Si alguien no se dio cuenta, muchas veces son los tipos más adorables de la vecindad. En serio!!!!
Ellos, entonces, equivaldrían al colesterol malo. El que te mata.

c) De los locos boludos ( también conocidos como boludos con iniciativa)
No entran en la categoría del colesterol porque sólo se hacen mal a sí mismos. Serían como el apéndice en el cuerpo humano: no sirve para nada, pero jode.
CASO 1: Recital de los Redondos. Pibe con remera de Lobo Suelto/Cordero Atado. "Ehhhhhh, loco, vengo desde Jujuy, copate con una moneda pa' la birra". El hijo del Inca juntó la plata para la entrada vendiendo Ekekos en Purmamarca y no le quedó para la Quilmes. La monada lo ayuda con lo que puede. El pibe se toma 5 vinos Termidor, entra al recital cabeceando y dándose contra todo lo que es bulto. Comienza el show con "Mi perro dinamita", el pibe alucina y se cae redondo al piso. Vomita a más no poder y entra en coma etílico. Cuando despierta, se da cuenta de que se perdió el recital, perdió a los amigos, le sacaron los documentos… y encima perdió el bondi a Jujuy.
Ese es un loco boludo.

Al final no pasé de la descripción. Voy a terminar poniendo algo mediocre, lo sé, pero estoy que me caigo de sueño.
En que categoría de loca entro hoy? Ya lo sé. No me digan.
Cuéntense algo ustedes, si conocen algún tipo de loco o si están de acuerdo con lo que quise elaborar como teoría… es una pedorrada, pero algo tenía que poner.

"Veo que estáis aguardando el epílogo; pero os erráis si imagináis que me acuerdo de una sola palabra de todo este fárrago que acabo de soltar… Vaya este adagio antiguo: "No me gusta el convidado que tiene buena memoria". Y yo invento este: "Detesto al oyente que se acuerda de todo". Por todo ello, ¡Salud, celebérrimos devotos de la Locura, aplaudid, vivid y bebed"

Un mundo X Small para una mina XLarge

"Positiva… todo muy bien/Positiva… todo muy bien, o todo como el orto?" (Erica García dixit)
Soy yo con el universo. El universo está en mí. Interactúo con él, me relajo, medito, traigo paz a mi ser, armonizo los chakras mientras me acuerdo de algún que otro lingam, me digo "si no pudimos normalmente, probemos con el Tantra", visualizo el color violeta y me quedo en él hasta que el vecino de al lado, concertista de no sé que camerata, se pone a ensayar la canción del Chavo (que sé que es de alguna ópera que en este momento no recuerdo). Ahí se me va la inspiración. Inspiro, expiro, el oxígeno tiene que pasar por mis venas y llevarse las tensiones…
Soy una persona positiva. El mundo me ama y yo amo al mundo. Lo que todos necesitamos es amor.
Hago una autocrítica. Me miro al espejo y calculo cuáles pueden ser los motivos de mi conflicto con el Universo. "Bien", pienso conmigo misma, "empecemos por los pies".
Y voy anotando en una lista los siguientes ítems:

-Altura: 1,71
-Peso: 74 kg.
-Número de calzado: 41.
-Talle de pantalón: 42
-Talle de sutien: 100

Después de concluir que no estoy tan hecha pelota para la edad que tengo, me subo el tiro bajo que está dejando al descubierto la autopista al Sur y decido salir a comprar ropa, zapatos y demás menesteres que hacen de esta rata un ser humano digerible.
Antes de salir del edificio me miro en el espejo de la entrada. "Tás bien, Turquita, podría ser peor!". Siempre hay que pensar que hay alguien que está peor. Mientras una se queja de la celulitis, por ejemplo, hay gente que no tiene piernas. Mientras una se queja de la pancita, resultado de los ravioles del domingo, hay gente que no tiene para comer y tiene panza de desnutrición.
¿Tengo razón o no tengo razón? Hay que conformarse con lo que Dios te dio, qué tanta historia.
La vidriera de esta casa de marca reconocida tiene unos lienzos impresionantes y unas remeritas/blusitas desflecadas en colores marrones, sepias, con hilitos por todos lados, mitad hippie/mitad shakiresca. Que buenos cinturones… Entro y le digo a la vendedora:
- Quería probarme ese pantalón de la vidriera (si le queda bien al muñeco, me tiene que quedar bien a mí)
- ¿Es para vos? (preguntonta)
- Si.
- Qué talle tenes, "gordi"?
- 42.
- Mmmmm, ese modelo sólo viene hasta el talle 40. Todos los de vidriera vienen hasta el 40.

Ergo: Tendría que bajar un talle para ponerme ese pantalón. Cagamos.
Pero antes de irme quiero probar con "esa" camisita hermosa que había visto.

-Decime, de esa camisita de la vidriera, tenés como para mí?
-Mmmmm, todos son talles únicos. Pero si querés, probátela, a ver si te queda.
La Turca se lanza de cabeza al probador. Díganme por qué los probadores de casa de ropa de minas miden 1 x 1? No se dan cuenta de que alguien normal no entra ahí? Trato de sacarme el pulóver y la remera, no sin antes magullarme los codos y que se me cayeran en la cabeza los maniquíes que colgaban del techo. Trato de bajar la remerita… y no baja. Si la fuerzo, la rompo y encima la tengo que pagar. Ergo: me voy a comprar zapatos y ando desnuda por la vida, pero con zapatos (como las actrices XXX).
TODAS LAS REMERITAS ME QUEDAN POR ARRIBA DEL OMBLIGO Y TENGO 30 AÑOS!!! Me tengo que vestir como una vieja de 80???

"Qué lindos zapatos!!!" Mientras los contemplo, me imagino yendo a trabajar con ellos. "Serán cómodos?". Entro.
- Quería probarme esos zapatos que tenés al lado de la caja.
- Cuánto calzás?
- 41.
- No tengo, sólo se hacen hasta el 40 (con cara de "vos no sos humana"). Pero si querés, probate el 40 grande a ver cómo lo sentís.

Llevo años tratando de comprarme zapatos cómodos, y lo único que consigo son zapatos que me visten pero me dejan los dedos mochos, los pies llenos de callos… un asquito.
Comprar un conjunto de ropa interior se transforma en una especie de Expedición Robinson. La última vez que quise comprarme un corpiño "con onda, con bretelitos de silicona" estuve 3 meses dando vueltas por San Martín, Palermo, Belgrano… hasta que caí en el Once. Llegué a mi casa emocionada, me lo probé y el bretelito tan lindo de silicona se rompió. Y después descubrí que no sostenían nada.
Como decía Sidarta Kiwi, "nos enyoguizamos" y repentinamente me veo con una luz cenital iluminando mi capocha. "Soldado que escapa sirve para otra batalla", "No hay mal que por bien no venga" "Dios debe tener reservado algo grosso para mí" "No está muerto quien pelea" y miles de dichos más se cruzan por mi cabeza para tratar de justificar lo que es injustificable: estoy en un mundo xtra small y soy xtra large. Y ahí es cuando me acuerdo de la película "Un día de furia" y me dan ganas de agarrar el FAL y reventarles sus tiendas a tiros. Odio salir a comprar ropa.
Mientras camino por la calle Córdoba con los ojos que se me salen de las órbitas de la bronca acumulada, pasa un tipo que me dice:
"Como me gustaría hacerte esto y lo otro y snpkjfpaoj"
Por lo menos ser xtra-large sigue teniendo algunas ventajas.

Otro escrito màs subido a Fotolog...


Bueno. El propósito de este espacio no era mostrar fotos? Acá hay una.
Atenta contra el buen gusto, lo sé. Gente impresionable, les pido que se abstengan de mirarla porque puede traerles serios problemas psicológicos.
El título de la foto me lo sugirió Bety Soreta en conjunto con Marta Minujín y es: ARTE, ARTE, LA PELOTUDEZ HUMANA. No me van a decir que por el tamaño el tipo no es un pelotudo, o si?
Si fuera hombre, hay días que los tendría así. Pero como los ovarios no se inflan, no me quedó otra que ser más explícita y poner a un pobre hombre que sufre de una enfermedad para expresar que yo también me quedo sin paciencia. Y me saco.

Ojo, che, no vivo sacada de esa manera. Pero a veces hay cosas que me colman demasiado.

SITUACIÓN 1:
Amiga 1:"Mmmmm... no sé, tipo como que... nada. Me explico?"
Cara de la amiga: asintiendo con la cabeza, con una mini sonrisita en el rostro.
Voz en Off: "Siempre Libre entendió lo que querías y creó la nueva toallita que ahora absorbe el Rio Bermejo, el Pilcomayo, el Amazonas, se la banca diez horas si no tenés tiempo de cambiarte Y ENCIMA NEUTRALIZA LOS OLORES!!!"

Qué pudo haber hecho la Turca? Dijo "Hmmm... suena interesante. Será verdad?" Primero, nunca había pensando en LOS POSIBLES OLORES. Menos se me habría ocurrido hablarlo con una amiga (bah, creo que cualquier mina con dos dedos de frente no se pondría a gastar saliva en semejante huevada). Pero como SIEMPRE LIBRE entendió lo que TODAS queríamos y NO SABÍAMOS EXPLICAR (Ay Dios...) fui y lo compré.
ES UNA TOALLITA COMUN Y CORRIENTE, que cuando te movés un poquito las alas no sirven más para nada y te terminás manchando. Como siempre. Siempre Libre. Siempre Manchada.
Eso te hincha los gobelinos. Que primero te traten de estúpida por hablar de temas estúpidos (bah, ni siquiera hablarlos, porque fue un "tipo que... nada, patítico...pero todo bien... de onda"), después de que la amiga no la entendió, Siempre Libre se declaró traductor de las necesidades femeninas y creó algo sumamente estúpido que es más de lo mismo. Y las estúpidas fuimos y compramos.

POR TAL MOTIVO SIEMPRE LIBRE SE ENCUENTRA EN EL TOP FIVE DE LA PELOTUDEZ.

SITUACION 2:
Padres posmodernos. Capítulo aparte.
NO VOY A GENERALIZAR, lo aviso desde ahora para que nadie se sienta tocado. Pero quiero ver cuántos coinciden conmigo. Parejita que acaba de tener su primer bebé. Contentos los dos, te cuentan de cada cosita que hace el nene, de cuántas veces le cambian los pañales, si duermen de noche, etc... etc... Mientras tanto, ella te revuelve el café con la misma cucharita con la que le dio la Cirulaxia al mayor. Y en la taza, antes de que hubiera café, había un chupete que se estaba enjuagando porque se había caido al piso y lo había lamido el perro. Y en ese interin, el marido le estaba cambiando los pañales al chiquitito en la misma mesa... en donde después apoyé mi taza de café.
Anexo 2: De los padres que traen a sus hijos a las reuniones de amigos y pretenden educarlos delante de todo el mundo.
He visto de todo. Desde el que le dice "cuando lleguemos a casa vas a ver" hasta el que le pegó un mamporro porque estaba insportable. Y hasta el que lo dejó llorando porque el psicólogo le dijo que no tenía que complacer todos los berrinches del hijo. Y uno en el medio de la educación, que debería ser de las puertas de la casa para adentro.
Anexo 3: De los padres culposos. De los que te vienen a visitar para mostrarte qué grande y maleducado está el pibe. Querés hablar con tu amiga, separada, con hijo de 7 años, y terminás pellizcándole el brazo al pibe porque te pateó el CPU porque el jueguito no andaba y la madre no le dijo nada (o sea, mi amiga). Diálogo:
-"Loca, ponele un límite"
-"No puedo, no estoy nunca... de última te lo pago yo, no te hagas drama".
-"Ahá".

POR ESO, ESTE TIPO DE PADRES HA QUEDADO EN EL SEGUNDO LUGAR DE MI TOP FIVE DE LA PELOTUDEZ. (En cuál entraré yo cuando sea madre?)

Se va la última.

SITUACIÓN 3: PROBLEMA COMUNICACIONAL.

Se da en CASI todas las parejas. Casi comprobado.
- Te gustó la comida, mi amor?
- Si, bichito, estaba muy rica.
- Querés que te sirva más?
- No, gracias. Estoy satisfecho.
- Entonces no te gustó la comida, decime la verdad, porque si no querés comer y blablabla…

-En dónde estuviste ayer?
-Nos fuimos con los chicos a ver el partido en la casa de Tonga.
- Vos te fuiste con otra.
-Te estoy diciendo que estuve viendo el partido!!!
-No me mientas más. Si no querés estar conmigo, decimelo en la cara.

Preguntonta necesaria: "Me querés?" . Y si me dijeran "no", estaría mal? Yo pregunté. El que pregunta, tiene que saber atenerse a las respuestas.
Y si me dicen "Si", la contrapregunta: "Y por qué no me lo decís?"

Me pregunto, tan difícil es comunicarse sin proyectar inseguridades propias en el otro?
En el último de los ejemplos, tan difícil es dejar fluir las cosas sin tener que llegar a forzar algo que no se pide?

En fin, no sé si entran en el TOP FIVE de la pelotudez, pero cómo colman la paciencia ess cosas…

Besos gente, me fui!

Seguimos sin cambiar...

Está bueno guardar algunos escritos para ver si a lo largo de la vida seguis pensando de la misma manera. Esto lo publiqué una vez en el fotolog que tenía:


"Si no mirara el mundo con ojos de turista, todo sería tan monótono, tan aburrido, que tendría que comprarme una Filcar para ubicarme entre tanta monotonía". (Turca Dixit)

Un día Dany me dijo: "Turca, keep your eyes wide open" y no hizo más que instalar definitivamente en mí la idea de que sólo tengo una vida, que no sé cuánto puede durar, y que mientras dure quiero llevarme de este mundo la mayor cantidad de imágenes, de sensaciones, de sentimientos y de momentos. Me dejó pensando por un buen rato. Y llegué a la conclusión de que tengo los sentidos tan "al palo" que cualquier cambio es capaz de desestabilizarme emocionalmente. Cuando eso pasa, me introspecciono, pienso, reflexiono y concluyo que – mismo siendo así – prefiero ser diez mil veces sensible a pasar por esta vida como quien se sube a un bondi, viaja, ve un poco el paisaje y después se baja.
Si te tomás la vida de esta manera, todos los días son diferentes. Buenos Aires es una ciudad hermosa, disfrutás del Obelisco por más que pases a las corridas, mirás a tu alrededor y ves que algo cambió, que hay un cartel nuevo, que abrieron una nueva sucursal del Dr. Ahorro… la fisonomía de la ciudad cambia todos los días. Y no termina ahí. Uno también cambia. Y seguramente no va a ver la ciudad con los mismos ojos de ayer.
Heráclito de Éfesos ya lo decía: "No te bañarás dos veces en el mismo agua", dándole a la historia del hombre ese concepto tan necesario de "movilidad" y de "cambio". El agua pasa una sola vez por ese lugar. Y uno cambia constantemente, no sólo de pensamiento, sino físicamente. Cuando empecé a escribir esta crónica, quizás yo tenía millones de neuronas. Ahora debo tener un par menos, porque las células de nuestro cuerpo, a medida que pasa el tiempo, mueren. Otras se regeneran. Pero vivimos en permanente cambio.
Y que lindo que es moverse, cambiar, no atarse a una estructura para que las cosas no nos desestabilicen. Vivir en Buenos Aires es hacer turismo aventura: hay tanto para aprender, tanto para asimilar, tanto para ver que a veces pienso que no me va a alcanzar toda la vida ni voy a tener todo el tiempo que quiero para detenerme a pensar en cada cosa que veo.
Que bueno que es tener una base e ir moldeándola a lo largo de los años. Aprender de las experiencias y aún así seguir entregando todo en cada beso, en cada caricia, en cada abrazo, por más que eso implique darse por enésima vez la cabeza contra la pared. Que bueno que es permitirse el lujo de seguir creyendo a pesar de los golpes recibidos. Que bueno que es amar, que bueno que es sentir, que bueno que es decir "te quiero" por más que del otro lado haya un silencio, porque no me hace falta que vos me quieras para que yo pueda quererte.
Vivir la vida con todos los sentidos despiertos es difícil. Es vivir con la sensibilidad a flor de piel. Es llorar al ver una madre amamantando a su bebé y es reírse del ciclo de la vida. Es felicidad cuando a un amigo le va bien porque te ponés en su lugar, y es amargura cuando ese llamado no llega.
Pero no conozco otra manera más linda de vivir. Si existe, pásenme la receta.
Besos
Turquex.

Historia de los dos que soñaron

"Cuentan los hombres dignos de fe (pero sólo Alá es omnisciente y poderoso y misericordioso y no duerme), que hubo en el Cairo un hombre poseedor de riquezas, pero tan magnánimo y liberal que todas las perdió menos la casa de su padre, y que se vio forzado a trabajar para ganarse el pan. Trabajó tanto que el sueño lo rindió una noche debajo de una higuera de su jardín y vio en el sueño un hombre empapado que se sacó de la boca una moneda de oro y le dijo: "Tu fortuna está en Persia, en Isfaján; vete a buscarla." A la madrugada siguiente se despertó y emprendió el largo viaje y afrontó los peligros de los desiertos., de las naves, de los piratas, de los idólatras, de los ríos, de las fieras y de los hombres. Llegó el fin a Isfaján, pero en el recinto de esa ciudad lo sorprendió la noche y se tendió a dormir en el patio de una mezquita. Había, junto a la mezquita, una casa y por el Decreto de Dios Todopoderoso, una pandilla de ladrones atravesó la mexquita y se metió en la casa, y las personas que dormían se despertaron con el estruendo de los ladrones y pidieron socorro. Los vecinos también gritaron, hasta que el capitán de los serenos de aquel distrito acudió con sus hombres y los bandoleros huyeron por la azotea. El capitán hizo registrar la mezquita y en ella dieron con el hombre de El Cairo, y le menudearon tales azotes con varas de bambú que estuvo cerca de la muerte.
A los dos días recobró el sentido en la cárcel,. El capitán lo mandó buscar y le dijo: "¿Quién eres y cuál es tu patria?. El otro declaró: "Soy de la ciudad famosa de El Cairo y mi nombre es Mohamed El Magrebí." El capitán le preguntó: "¿Qué te trajo a Persia?". El otro optó por la verdad y le dijo: "Un hombre me ordenó en un sueño que viniera a Isfaján, porque ahí estaba mi fortuna. Ya estoy en Isfaján y veo que esa fortuna que prometió deben ser los azotes que tan generosamente me diste".
"Ante semejantes palabras, el capitán se rió hasta descubrir las muelas del juicio y acabó por decirle: "Hombre desatinado y crédulo, tres veces he soñado con una casa en la ciudad de El Cairo en cuyo fondo hay un jardín, y en el jardín un reloj de sol y después del reloj de sol una higuera y luego de la higuera una fuente, y bajo la fuente un tesoro. No he dado el menor crédito a esa mentira. Tú, sin embargo, engendro de una mula con un demonio, has ido errando de ciudad en ciudad, bajo la sola fe de tu sueño. Que no te vuelva a ver en Isfaján. Toma estas monedas y vete".
"El hombre las tomó y regresó a la patria. Debajo de la fuente de su jardín que era la del sueño del capitán) desenterró el tesoro. Así Dios le dio bendición y lo recompensó y exaltó. Dios es el Generoso, el Oculto."
(Del libro de las 1001 Noches, noche 351)

Tigre

SER TIGRE:
"SEXO, CAIPIRINHA Y ROCK'N'ROLL"

Saltaste sobre mí desprevenidamente. Caminaba por a gran vía y tus ojos hechiceros me tentaron desde distintos ángulos para entrar al teatro y evaporarme un rato.
Catarsis. Transitar por un campo abierto, a la intemperie y que todos los climas me tocaran, mojaran, acariciaran, mientras tu rugido atraía a las especies más olvidadas de la jungla invitándolas a compartir el baile, el canto, el festín de las presas atrapadas en tus garras de cachorro travieso y salvaje.
Entrega total en cada acto, fuerza que se despereza en cámara lenta y en un segundo se convierte en latigazo. Fe ciega al olfato y a la intuición para conseguir trofeos. Coleccionarlos. Disecarlos. Abandonarlos.
Empezar de cero cada día sin reservas, contar con la inspiración del momento para la caza sin mucho esfuerzo.
Jugarse sin prevenir ni medir las consecuencias. Estirar el aguante del prójimo hasta el límite, como las rayas de la piel, poniendo a prueba el sistema nervioso, respiratorio y sexual. No retroceder, reconocer ni perdonar.
Seguir trasnochado, cansado, hipnotizado, enamorado del último beso entre las patas traseras, sin recordar el nombre del amante.
No detenerse, pelear cuerpo a cuerpo para sentir las huellas del dolor, rabia y furia del adversario en carne propia y dejarlas al sol para que cicatricen.
Vivir como un prófugo sin domicilio, dejando caricias, consejos, manjares, hijos propios y no reconocidos esperando repetir funciones de gala. Romper costumbres, códigos, mandatos, modales atávicos en un instante transformando el NAJT (tiempo-espacio).
Dar el máximo placer hasta convertirlo en dolor, recorrer precipicios en la oscuridad intuyendo el peligro, saborearlo y masticarlo en una orgía de sensaciones, abrir los chakras y dejar que a energía recorra cada órgano por dentro hasta transformarla en un mar huracanado.
Insolente. Demandante. Egotrip.
IRRESISTIBLE, PROVOCATIVO, DÉSPOTA, MANIPULADOR, ARBITRARIO, SOBERBIO, DESPIADADO. Volcán amenazante. Sismo constante. Vida en movimiento. Hermano de la muerte.
Hombre, mujer, hermafrodita, travesti, pura sangre. Acelerador a fondo, sin pausa ni culpa. La vida se toma revancha, ojo por ojo, diente por diente.
Radioactivo, imán, desvío de la rutina. Príncipe y mendigo. Jugador empedernido. Víctima de las pasiones que surgen en cada sístole y diástole. Juego de abalorios. Brutal y refinado, concreto y abstracto, reflexivo e impulsivo, ying y yang interactuando. Flecha apuntando al corazón y al ombligo.
El tigre saciará su sed hasta agotar todos los recursos naturales; tragar de un bocado los atardeceres y amaneceres, lamer cada fase de la luna hasta cambiarla, no retroceder aunque su corazón se lo pida. Primera, segunda, tercera, cuarta, quinta.
Nunca marcha atrás. El tigre llega al rincón más impenetrable de la selva, logra remover raíces engarzadas en arenas movedizas.
No le pidan mesura, disciplina, horario. Llegará en el último instante a solucionar lo que a otros les lleva la ríspida rutina milenaria. Entrará despojado de protocolo y conquistará a los más almidonados. Su estilo directo, provocativo, avasallante transformará la quietud en un carnaval descocado.
El sentido del humor será su aliado; en situaciones límite conseguirá salir de prisión por sobornar con piropos altamente imaginativos a los custodios que lo admirarán secretamente por su audacia.
Vivirá en un día mil vidas, quedará exhausto y refugiado en algún escondite de la selva donde nadie lo encuentre por años.
Saldrá cuando el sol caliente, la primavera lo incite con sus perfumes afrodisíacos y la saliva recorra sus colmillos afilados.
Tendrá suerte si escucha la invitación al banquete y es certero y preciso en sus zarpazos.
De niño buscará mimos a cada rato, de joven gozará por igual triunfos y fracasos, de viejo buscará aplausos, admiración, un poco de amor para no olvidar sus virtudes legendarias y cobijo después de algún desliz improvisado.
En China lo veneran por su valentía, representa en la Tierra la energía yin y dice la tradición que tener un tigre en la casa es benéfico pues aleja al fuego, a los ladrones y a los fantasmas.
Le gusta reír tanto como llorar. Dar la vida por una causa noble o innoble. Matar o morir de amor. Ser líder de barrio o de un reino del revés.
Jamás pasará desapercibido; la Tierra es su escenario para presentar batalla aunque caiga rendido.
Uno de los mejores amigos. ¡Qué pena que sea tu enemigo, pues no podrás olvidarlo ni con un surmenage!
Improvisado, impulsivo, kamikaze, selectivo e imaginativo: seguirlo es una forma de mantenerse joven y en buen estado físico.
Aparece y desaparece como el humo dejando un eco de corso de carnaval, trueno en los tímpanos. Encarnado en varón o hembra titila a lo lejos por su look, no necesita cirugías, salió impecable de fábrica. Deportista nato, a veces amante del gym donde hacer performances. Es pura fibra, elástico que se estira hasta dar la vuelta a la vía láctea. Excita hasta a un asceta.
Su afilada lengua lo mantendrá en vilo; buscado para matar o liderar, su gran poder de oratoria convencerá al más descreído de su último invento.
El tigre sabe que tiene trucos escondidos entre sus rayas para caminar sobre las aguas, atravesar el fuego, embrujar a quien se le antoje y provocar un banquete con su amor de a.m. o p.m.
Ests sibarita gozará cada instante que la vida le dé, porque sabe que su pasión por vivir puede traerle apremios, coartadas, pérdidas afectivas, enemigos disfrazados de Harry Potter o un escorpión entre las sábanas.
Conjuga con armonía el cuerpo físico, mental y astral para disparar como una flecha al blanco.
Vive en crisis; jamás está calmo y, si da esa sensación, ¡cuidado!, es un volcán a punto de estallar.
El Tigre, como Hermes, es el mensajero del tiempo histórico. Comprometido con su época, con vocación política o perfil bajo será un abanderado de causas humanistas, su voz se escuchará clara y precisa en medio de la multitud.
Su gran sentido del humor y sus dotes histriónicas lo convertirán en una persona respetada y temida, pues la fe que se tiene cuando emprende una misión es absoluta.
Adora el show off, es provocativo, pendenciero e insolente.
NECESITA ALTAS DOSIS DE ADRENALINA PARA SENTIRSE EN FORMA Y ATRACTIVO, sobre todo las tigresas, símbolos sexuales como Marilyn Monroe, Tina Turner, Natalie Word y Sandra Ballesteros, dignas ejemplares de su especie.
El tigre es holístico en su vida y en sus decisiones; cuando se juega por alguien lo hace a full, jamás se queda a mitad de camino y sabe que despierta interés y admiración por su conducta.
Su ferocidad y belleza atraen como Venus en la noche. Tienen un imán irresistible para internarse en lo desconocido, la aventura y el riesgo son la sal y la pimienta de su vida y no dejará nada por probar ni hacer hasta que no corra peligro de muerte.
Su vida estará llena de matices; oscilará entre etapas de merma y abundancia, intensa vida social y retiro espiritual, matrimonio y harén, productividad y ocio creativo. Detesta la rutina, los horarios y los uniformes. Saltará murallas chinas, paredes de castillos medievales, pirámides mayas para no sentirse enjaulado ni prisionero de obligaciones terrenales.
Es el opuesto complementario del mono, y cuando nos cruzamos en la selva crujen varillas de milenrama, flechazo inevitable, carcajadas, éxtasis en los sentidos, gustos paralelos por lo desconocido, trapecistas de lo infinito.
Compatibilidad en el juego y en el arte, el reposo del guerrero, la sintonía entre lo inevitable, el respeto por el territorio privado y cuando se nos antoja compartido, el amor brujo que nos transporta al supramundo.

TIGRE DE MADERA (1914/1974)
Disciplinado y lúcido. Este tigre viene con contradicciones incorporadas: es apasionado por la vida y lo que hace, pero lo lleva a cabo con método y disciplina. Le encanta su trabajo y ser el primero… aunque huye de las responsabilidades. Busca una vida estable, pero le tiran las aventuras.
Lleno de energía y fuerza vital, resulta muy atractivo y está lleno de amigos, no tiene problemas para respetar la autoridad y es un empleado puntual y confiable. Cambia de rumbo siguiendo sus instintos y buscando estabilidad.

TIGRE DE FUEGO (1926/1976)
Imprevisible y magnético. Un tigre que se mueve por donde su espíritu le indique. Atractivo y misterioso, no es demasiado sociable, aunque los demás se sienten atraídos por su energía y carisma. Tiene pasta para líder, yt de él va a depender en lo que se transforme, ya que su fuerza de voluntad es enorme.

Insoportables detalles urbanos

INSOPORTABLES DETALLES URBANOS

Salir a la calle no es el simple hecho de levantarse, tomar el café, prender el primer pucho del día, sujetarse el pelo mojado (porque con el viento se seca y algunas terminamos pareciéndonos a la Pantera Rosa cuando sale hecha un pompón del lavarropas) y hacer el revoque fino de lo que alguna vez fue… un iluminado rostro adolescente. Salir a la calle es como lo que es para los gays "salir del armario". es blanquearle a esa masa amorfa que está afuera llamada "sociedad" lo que uno aprendió en casa. Presentar lo que a uno le enseñaron sobre comportamiento social cuando parvo ( en el caso de las chicas incluye llevar ropa interior limpia y estar depiladas, porque "no vaya a ser cosa que te pase algo y el médico tenga que ver esa bombacha toda rota y los pelos de las piernas").

Salir a la calle implica ser luchador en la supervivencia del más apto. Incluye poner límites, decir "estaba yo antes que vos" en la fila del banco cuando se te quieren colar. Implica ir por Florida haciendo fintas de básquet porque en una peatonal no hay carriles que determinen que el lado derecho es para los que van más lento. Implica elegir salir sin paraguas en un día de lluvia para evitar choques con otros paraguas, puteadas y a lo mejor volver con un ojo en compota a casa. O lo que es peor, sin uno de ellos.

Salir a la calle es como hacer turismo aventura. Es caminar por veredas angostas y esquivar obstáculos. Es salir con una hora de anticipación y llegar tarde porque justo era día de piquete. Es saltear charcos y veredas rotas con zapatos de taco. Es esguinzarse un tobillo por no haber visto el pozo. Es pelearse con el colectivero porque te marcó mal el boleto. Es tener santa paciencia con desconocidos que no veremos nunca más en nuestras vidas.

Y en este turismo aventura no hay premio. Y si lo hay, es volver sano y salvo a casa.Pero lo pero de salir a la calle es encontrarse con "gente" que no es "como uno", viste? Es ver al tipo que tenés en frente levantando los mocos y tragándoselos. Es ver al mismo tipo haciendo gárgaras y escupiéndolo (¿qué tal si lo dejamos madurar y lo guardamos para navidad?) Es ver como alguien estornuda y se limpia la mano en el pasamanos del subte. Es ver como los hombres se manotean sus partes y rascan, rascan, rascan, aduciendo que tienen un pelito enganchado en el calzón (Si te rasuraras, mi vida, no tendrías ese problema. Seguramente sos ecologista y estás en contra de la deforestación de la selva amazónica). Salir a la calle es entrar en un baño de mujeres y no poder sentarte en la tabla porque todas hacen pis "de paradas" y mojan la tabla (después se quejan porque sus maridos lo hacen en sus casas). Es tener que tratar de no resbalarse en dicho baño porque está todo mojado. Es tratar de salir cuanto antes de ese baño porque si no te morís del tufo. Salir a la calle es ver a la mamá que le baja la bombachita a la hija o le sostiene el pilín al nene para que hagan su pichín en la calle, compartiendo con todos nosotros un momento que tendría que ser de total intimidad. Salir a la calle es bancarse la sarta de idioteces que te dicen los tipos, como si con semejante verborragia extraída de "La Tremenda Gorda Berta: Nace Una Estrella" te fueran a conquistar. Salir a la calle es una batalla diaria para ganar el pan. pero también es la lucha contra la educación que le dieron a los demás que conviven con vos.

miércoles, diciembre 03, 2008

Los consejos de Lady Love

Inaugurando la sección "archivos secretos", acá va la primera entrega de un escrito lunático que escribí en el 2004. Muy bizarro, pero hoy lo leía y me reía yo sola.

Mi nombre es Lady Love.
Reservo mi verdadera identidad. La mantengo en el más profundo de los secretos, no por vergüenza ni pudor, sino porque me busca la policía. Tuve muchas otras vidas, entre las cuales está la anterior – la más importante- en la que fui odalisca del grupo de baile de Araceli. Allí aprendí el arte milenario del sexo junto con las otras chicas del ballet. No éramos lesbianas. Simplemente nos brindábamos cariño y admiración mutua. Bueno, está bien. A veces nos tocábamos mientras nos bañábamos. Pero sólo eso.
Antes de salir a escena a mostrarle al mundo nuestra coreografía, venía un sacerdote a bendecir al grupo de baile para que tuviéramos suerte. Por una cuestión de pudor, sólo diré que en aquella vida pasada el cura tenía las iniciales P.G. Y en esta también, sólo que como vamos puliéndonos a medida que morimos y reencarnamos, a este desgraciado ahora se le dio por violar pendejos. Y ahora está en cana.
Es por eso que desde la clandestinidad a la que estoy condenada, aquí en el medio de la selva guaraní, decidí que era hora de compartir mis secretos con el mundo. Entre chipa y chipa, mezclándolos con un poco de sopa paraguaya y bajando semejante bolo alimenticio con unos tererés de naranja, recibí un designio divino. Alguien, alguna entidad superior que no puedo determinar con exactitud, me dijo:
-Primero, depilate las piernas porque parecés un chabón. Segundo, ponete un poco de desodorante y lavate los dientes porque ya no se distingue un olor del otro. Tercero, andá pensando y haciendo memoria de tus aventuras sexuales. Armate un compiladito y lo editamos en algún lugar.
No sé cuánto me van a pagar, eso ya poco importa. Ahora sé que tengo una misión que cumplir en este mundo y tengo que hacerlo porque sino, en mi próxima vida, voy a reencarnar en una planta de aloe vera.
Como en el medio de la selva no hay computadoras, me comunico via telepática con un equipo remoto que identifica mis pensamientos y los traduce a palabras en un documento de Word. El resto depende de quién lo edite, si lo revisa o no.
-Ñamembu, yaguá te cacá!
- Xô, cachorro da porra!
Estoy en algún punto de la Triple Frontera.
Aún hoy, durante las noches, recuerdo las andanzas de mi vida pasada. Pero eso ahora no importa. Estoy recibiendo un mensaje telepático desde Venezuela… o de Argentina. Parece que se llama Catherine. Me pregunta:
-Oie, mi bruhita del sexho, dime si es posible la penetración anal con una raqueta de tenis. Mi marido quiere experimentar y ió no sé si se puede con eso, chica.
Respuesta de Lady Love: como poder, se puede. Ya he experimentado con raqueta de tenis, palos de golf, palos de hockey sobre césped, veo que tu marido tiene un perfil deportivo. Pero cuidado. Según las leyes que rigen el universo, todo lo que entra tiene que salir, y con ese pedazo de culo que tienes no creo que lo puedas sacar una vez consumado el acto. Te aconsejo que comas mucha chipa para que se haga un bolo fecal y haga tope con eso, figúrate que después es muy difícil sacarse el palo del orto. Cualquier consulta, piensas en mí y yo recibo las frecuencias. Te deseo mucha suerte.
Tengo otra frecuencia que me busca.
-Descubrí que mi marido tiene relaciones sexuales con travestis. ¿Qué tengo que hacer? ¿Es normal? Marianela – Cruce Varela.
Querida Marianela, no es normal que tu marido tenga relaciones con travestis. Está perfecto! Nadie mejor que un hombre sabe lo que le gusta a otro hombre, y por lo que puedo deducir de tus palabras concluyo que a ti no te gusta practicarle el sexo oral a ese tu marido. ¿Por qué no le dices que se lave el pilín? ¿Es que acaso te da vergüenza? ¿O es que realmente tienes una boca muy pequeñita y le vives mordiendo? El consejo en este caso es que le dejes hacer lo que el le quiera, porque tu no tienes posibilidades de darle ese placer que él necesita. Y en cuanto a ti, pónte una aplicación de colágeno en la boca, opérate, porque de esta manera siempre serás una guampuda. Estoy a tu disposición para lo que necesites. Un cálido afecto.
Recibo la última consulta y dejo de trabajar. Ya tengo ganas de ir a masturbarme entre la maleza.
-Lady Love, me llamo Sonia y tengo 40 años. Me contaron que las mujeres tenemos un lugar en el cuerpo que se llama el punto G. Me puedes decir dónde está ubicado?
Si, mi querida Sonia. Evidentemente has estado en este mundo durante 40 años al pedo, porque ni siquiera sabes donde queda el punto G. Deduzco que nunca te has masturbado ni has tocado tu vagina ni tu clítoris, y que menos aún has acariciado tu rajita. Yo te voy a decir donde queda. Bien, ahora tu sales de tu casa, tomas el colectivo hasta Constitución y te bajas en Avenida Brasil. De allí caminas hasta Once y entras en el Reventón Tropical. Allí te tomas unas cuantas cervezas y las mezclas con Fernet con Cola y te sacudes un poco al ritmo de El Original. Bien. Dejas que se te acerquen unos cuantos monchitos y eliges al que sea de tu agrado. Vete a una zona reservada (en las boites suelen tener esos lugares) y le pides que te enseñe en donde queda el PUNTO G, porque si a los 40 años no lo has descubierto, lo mínimo que mereces es que alguien te meta dedo y dedo hasta que te des cuenta en donde cuernos queda.
Desde ya, te deseo muchísima suerte y si lo encuentras, escríbeme para saber cómo te ha ido.
Bueno, mis queridos lectores, espero que mis consejos sean de utilidad para sus vidas y que les puedan sacar el máximo provecho posible para mejorar sus relaciones sexuales. Yo me despido con un beso en sus cuellos (argghhhhh, esperen que me saco el pedacito de carne que me quedó en el diente) y espero sus consultas a:
salma_hadid@yahoo.com.ar
Como sabrán, ese no es mi verdadero nombre.
Mi nombre es Lady. Lady Love.
Bye!